Acalmando conversas

Muitos elementos influenciam o tom de uma conversa: o assunto em pauta, o ambiente ao redor, o estado emocional e o corpo de dor — memórias de emoções negativas do passado — dos participantes, entre outros. No entanto, um fator pouco comentado — e muito poderoso — é o nível de presença de cada pessoa envolvida.

Talvez você já tenha participado daquelas conversas agitadas, em que todos falam ao mesmo tempo e não há espaço nem para uma respiração calma e natural. Normalmente, esse tipo de conversa não leva a resultados muito satisfatórios.

Estar presente é abrir espaço para que a sabedoria do Ser — a dimensão espiritual — se manifeste por meio das formas: nossas mentes, corpos e o mundo ao redor. Quando um ou mais participantes compreendem a importância de permanecerem presentes durante a conversa, aumentam as chances de um resultado harmonioso.

Como permanecer presente?

Quando você mantém o foco no aqui e agora, permanece presente e enxerga com mais clareza o que está sendo apresentado. Ao voltar parte da atenção para o corpo e observar a respiração, evita ser levado por pensamentos que ativam emoções do passado. Desse modo, reage e decide com mais consciência, evitando ser influenciado por memórias negativas.

Por se tratar de uma prática, evoluímos com o tempo. Praticar a presença traz efeitos surpreendentes — começando por uma mudança em nosso estado emocional e, depois, no mundo ao redor. Só precisamos confiar e dar os primeiros passos: começar com um minuto aqui, outro ali.

Vamos praticar?

A mente fala através do corpo

O Dr. Danny Penman, autor do livro A Arte de Respirar, nos lembra que os estados mentais mais intensos se refletem no corpo na forma de sensações físicas. Cada uma dessas sensações é uma mensagem. Se as ignorarmos ou suprimirmos, elas se tornarão mais insistentes e angustiantes, podendo evoluir para infelicidade e sofrimento.

Mas ele explica que há uma alternativa:

Se ouvir essas mensagens conscientemente, sentindo-as de forma ativa no corpo, algo milagroso pode acontecer. Você vai perceber que elas vêm e vão como as ondas no mar ou a respiração no seu corpo. E em breve elas vão começar a se desmanchar por si sós, deixando para trás uma mente mais calma, feliz e perceptiva.

Podemos ir além na interpretação das mensagens do corpo físico. Lise Bourbeau, autora de Escute seu Corpo, explica que há em nós uma superconsciência, que representa nosso lado divino. Esse guia interior sabe exatamente o caminho que devemos seguir e nos envia mensagens através do corpo:

Eis diferentes mensagens que sua superconsciência pode lhe enviar para avisar que há algo nocivo acontecendo na sua vida: emoções exacerbadas (especialmente medo, culpa e raiva), mal-estar, doenças, falta de energia, variações de peso, acidentes, vícios, consumo excessivo de álcool ou drogas, problemas para dormir, etc.

Percebe os sinais do corpo?

Você pode começar a escutá-lo seguindo os passos abaixo:

  • Silêncio: sente-se por alguns minutos em um local tranquilo, sem interrupções, e feche os olhos.
  • Respiração: inspire naturalmente, sentindo o abdômen expandir; expire de forma lenta e completa, sentindo o abdômen relaxar.
  • Auto-observação: percorra mentalmente o corpo, do topo da cabeça até os pés, observando cada sensação sem tentar alterá-la.
  • Presença: quando a mente divagar, traga o foco de volta à respiração e, em seguida, retome a observação do corpo.
  • Prática diária: repita o exercício todos os dias, mesmo que por poucos minutos.

Até o próximo artigo!

A presença dos bichinhos

Você tem um bichinho de estimação? Já notou como se sente ao cuidar ou brincar com ele?

Na correria do dia a dia, com a atenção dividida entre tantos estímulos, os animais nos ajudam a estar mais presentes. Quando interagimos com eles, seja cuidando ou brincando, nossa atenção se volta para o agora. Isso traz alívio, acalma a mente e, muitas vezes, interrompe o fluxo contínuo de pensamentos, permitindo o relaxamento.

Cuidar de um bichinho pode dar trabalho, mas também traz benefícios, especialmente para quem se sente sozinho, passa por momentos difíceis ou tem uma rotina desgastante. Nessas situações, os animais ajudam a manter a presença e favorecem a restauração da saúde mental.

A simplicidade do relacionamento com os bichinhos nos ajuda a perceber a vida além das narrativas da mente. A dimensão espiritual, sempre presente, se expressa nos animais, e percebemos isso com uma consciência livre de identificações.

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O poder da quietude

Eckhart Tolle, autor do livro O Poder do Silêncio, fala sobre a sabedoria e a quietude:

A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso nada além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações.

Ouvir o silêncio desperta a dimensão sem forma que já existe dentro de nós. Quando percebemos o silêncio à nossa volta, estamos presentes, mas não envolvidos na agitação mental.

Thich Nhat Hanh, autor do livro Silêncio, explica que praticar o silêncio para esvaziar o barulho interior nos traz liberdade:

Com silêncio nobre, você poderá caminhar, sentar-se e desfrutar uma refeição. Dessa forma, você terá liberdade suficiente para desfrutar o fato de estar vivo e poderá apreciar todas as maravilhas da vida. Além disso será mais capaz de curar a si mesmo, mental e fisicamente. Você terá a capacidade de ser, de estar presente, vivo. Pois será verdadeiramente livre… livre de arrependimentos e sofrimentos relativos ao passado, livre do medo e das incertezas quanto ao futuro, livre de qualquer tipo de burburinho mental.

Ele também nos lembra:

A fim de manifestarmos nossa real natureza, devemos deter a conversa ininterrupta que preenche todos os espaços em nosso interior.

Como podemos fazer isso?

A maneira mais fácil de nos libertarmos do pensamento incessante é praticando a respiração consciente. Por meio dela, conseguimos cultivar a quietude e estar plenamente presentes.

Que tal experimentar?

Participe de uma sessão em grupo Respirar e Ser para vivenciar a prática da respiração consciente e explorar a quietude em sua vida.